Transtornos de saúde mental em crianças e adolescentes

De acordo com dados recentes, até 20% dos adolescentes em todo o mundo sofrem de transtornos mentais. Entre os problemas mais comuns estão automutilação, suicídio e depressão. O suicídio é a segunda principal causa de morte entre as pessoas de 15 a 19 anos de idade. Cerca de 15% dos adolescentes em países de baixa e média rendas consideraram cometer suicídio.

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Esses transtornos têm um custo pessoal, mas também social e econômico. Apesar disso, têm sido negligenciados nos programas de saúde globais e nacionais. Segundo o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde – OMS, Tedros Ghebreyesus, “poucas crianças com problemas de saúde mental têm acesso aos serviços de que precisam, e isso deve mudar”.

O principal contexto de desenvolvimento das crianças é o ambiente familiar. Desta forma, quando este for comprometido por negligências, violência e desorganização, está diretamente relacionado a maiores índices de transtornos mentais e comportamentais de toda família.

Atitudes dos pais/responsáveis que podem proporcionar segurança e proteção à saúde mental de crianças e adolescentes: garantir tempo de qualidade para convívio familiar, estimular o diálogo e a interação social, participar efetivamente das atividades realizadas pelos filhos, construir regras quanto ao tempo de exposição à eletroeletrônicos, evitar o sedentarismo, cuidar sono e da alimentação.

O processo de autoconhecimento nesta faixa etária também causa muitas dúvidas. E existe uma grande importância em se conectar com pessoas que lembram quem você é. Isso gera pertencimento, o sentimento de que você não está sozinho do mundo, numa palavra só: representatividade.

E essa é uma das melhores coisas que a internet proporciona. Quanta gente no passado não se via representada e, hoje, ao contrário, tem alguém que as representa e fala por elas? Isso vem acontecendo com bastante frequência.

A pesquisa Juventudes e Conexões, realizada pela Fundação Telefônica Vivo, com a colaboração do IBOPE Inteligência e da Rede Conhecimento Social, revelou que 30% dos jovens (entre 15 e 29 anos, das cinco regiões do país) disseram ter melhorado a relação consigo e a compreensão de si via conteúdos encontrados na internet.

Outro dado positivo da pesquisa é a possibilidade de jovens acessarem conteúdos que rompem pensamentos preconceituosos. Já ouviu a expressão ‘nenhuma criança nasce preconceituosa’? Pois é, muita coisa ruim se aprende com os mais velhos e a reprodução é continuada enquanto não se encontra pessoas para dizer que aquilo é errado.

Mas nem tudo são flores na internet. Um ponto negativo relatado pelos jovens sobre a influência da internet nas suas vidas é a reprodução de comportamentos considerados perigosos, notadamente entre os mais novos, como uma simples “zoeira” ou casos de bullying.

Isso leva para outro ponto negativo: 54% dos jovens não se sentem seguros nas redes para ser quem são, ou dizer o que pensam. Das duas uma: ou essa opinião será bem recebida, ou ela será combatida. O apaziguamento dessa tensão tem nome: a tal da “bolha”, onde jovens e seus amigos/seguidores pensam praticamente iguais.

Os pontos negativos da pesquisa Juventudes e Conexões podem parecer tristes, mas reside neles a maior potência do estudo: os jovens não são indiferentes a eles. Ao demonstrá-los, talvez, estejam mais dispostos a conversar sobre eles e estabelecer formas que permitam seu enfrentamento. Entre eles mesmos, em casa com os pais, na escola com os professores, e onde quer que estejam.

Se você tem um jovem em casa, ou no seu convívio, procure dialogar. A cabeça dele está passando por uma grande transformação, assim como o seu corpo. E se você é um desses jovens, procure esse espaço para o diálogo: primeiramente com seus pais ou responsáveis e, também, com um profissional da área de psicologia. Conversar pode fazer toda a diferença.

Fonte: Portal Nações Unidas – Brasil; Revista Brasileira de Enfermagem, 70(6), 1318-1329.

 

 

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