Os riscos causados entre álcool e medicamentos são mais perigosos do que se imagina, e não são somente os medicamentos de uso contínuo como hipertensão, diabetes e depressão.
Até mesmo aquele analgésico para combater a dor de cabeça depois da festa tem seus riscos, uma pesquisa do CFF (conselho federal de farmácia) em Abril de 2019, apontou que 77% dos brasileiros tem o hábito de se automedicar.
Metabolismo
Álcool
O álcool é transportado pelo sangue para os tecidos que contém água, sendo as maiores concentrações no cérebro, fígado, coração, músculos e rins.
Cerca de 95% do álcool ingerido é metabolizado por enzimas especiais no fígado.
Medicamentos
Grande parte dos medicamentos sofre ação de enzimas do fígado, onde o álcool está sendo metabolizado, estes medicamentos que dependem do fígado para funcionar sofrem então alterações em seu metabolismo.
É comum ouvir que o álcool “corta” o efeito dos medicamentos, é verdade que o álcool pode reduzir o efeito de alguns medicamentos, no entanto existem outros medicamentos que são potencializados pelo álcool, podendo causar sérios riscos a saúde.
Deve-se tomar cuidado principalmente com os medicamentos indutores do sono e calmantes,
Interações
Segundo Christel Berstrom , autor do estudo publicado na “molecular Pharmaceutics” o álcool pode alterar ao menos 5 mil medicamentos disponíveis no mercado, interferindo em sua potencialidade.
Abaixo algumas das mais comuns interações entre álcool e medicamentos.
Álcool e dipirona: o efeito do álcool pode ser potencializado.
Álcool e paracetamol: Aumenta o risco de hepatite medicamentosa.
Álcool e ácido acetilsalicílico: Eleva-se o risco de sangramentos no estômago. O acetilsalicílico irrita a mucosa estomacal. O que seria um leve transtorno pode ser potencializado pelo álcool.
Álcool e antibióticos: Essa associação, especialmente com alguns tipos de antibi[óticos, pode levar a efeitos graves do tipo antabuse (o acúmulo desta substância tóxica causa efeitos como vômitos, palpitação, cefaleia (dor de cabeça), hipotensão, dificuldade respiratória e até morte). Por exemplo: Metronidazol; Trimetoprim-sulfametoxazol, Tinidazole, Griseofulvin. Outros antibióticos como cetoconazol, nitrofurantoína, eritromicina, rifampicina e isoniazida também não devem ser tomados com álcool pelo perigo de inibição do efeito e potencialização de toxicidade hepática.
Álcool e anti-inflamatórios: Aumentam o risco de úlcera gástrica e sangramentos.
Álcool e antidepressivos: Aumentam as reações adversas e o efeito sedativo, além de diminuir a eficácia dos antidepressivos.
Álcool e calmantes (ansiolíticos): Ansiolíticos (benzodiazepinas): Aumentam o efeito sedativo, o risco de coma e insuficiência respiratória.
Álcool e inibidores de apetite: O uso concomitante com os supressores de apetite não é recomendado visto que pode aumentar o potencial para ocorrer efeitos sobre o SNC, tais como: tontura, vertigem, fraqueza, síncope e confusão.
Álcool e insulina: Pode gerar hipoglicemia, pois o álcool inibe a disponibilidade de glicose realizada pelo organismo, portanto a alimentação deverá ser bem observada, pois com o álcool a única disponibilidade de glicose vem das refeições; vale ressaltar que também pode causar efeito antabuse. Uso agudo de etanol prolonga os efeitos enquanto que o uso crônico inibe os antidiabéticos.
Álcool e anticonvulsivantes: Aumentam os efeitos colaterais e o risco de intoxicação enquanto que diminui a eficácia contra as crises de epilepsia.
O álcool é um depressor do sistema nervoso central, deve ser consumido com moderação pois tem potencial para desenvolver dependência
Em casos de tratamento de depressão, é recomendado evitar o consumo, pois além de possíveis reduções no metabolismo dos antidepressivos, ocorre também a potencialização da doença.
A recomendação é sempre procurar um médico para uma avaliação e evitar a automedicação.
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